Castelo Carlos Galhardi, cantor. Nasceu em Buenos Aires, Argentina em 24/4/1913 e morreu no Rio de Janeiro, RJ em 25/7/1985. Filho de italianos, Pedro Galhardi e Savéria Novelli, teve três irmãos. Dois nascidos na Itália, uma nascida no Rio de Janeiro.
Dois meses depois de seu nascimento, a família mudou-se para São Paulo e e logo após ao Rio de Janeiro.
Aos oito anos de idade, com o falecimento de sua mãe, o menino passa a viver com um parente no bairro do Estácio e aprende o ofício de alfaiate. Aos quinze anos torna-se já um oficial, apesar de não gostar do ofício. Chega até a abandonar os estudos (completou o primário) para dedicar-se à profissão.
Passou por várias alfaiatarias e numa delas trabalhou com o barítono Salvador Grimaldi, com quem costumava ensaiar duetos de ópera.
Apesar de em casa e para amigos cantarolar cançonetas italianas e árias de ópera, sua carreira iniciou em uma festa na casa de um irmão, onde encontravam-se presentes personalidades como Mário Reis, Francisco Alves, Lamartine Babo, Jonjoca e, ali, cantou para os convidados Deusa, de Freire Junior, canção do repertório de Francisco Alves. Aprovando-o, aconselharam-no a tentar o rádio. Foi então apresentado ao compositor Bororó e através deste conseguiu uma oportunidade na rádio Educadora do Brasil onde cantou Destino, de Nonô e Luís Iglésias. No dia seguinte foi procurado e convidado a fazer um teste na RCA Victor. Aprovado, passa a fazer parte do coro que acompanhava as gravações da gravadora.
Seu primeiro disco solo é lançado em 1933, com os frevos Você não gosta de mim, dos Irmãos Valença e Que é que há, de Nélson Ferreira.
Conhecendo o compositor Assis Valente, gravou muitas músicas suas tais como Para onde irá o Brasil, É duro de se crer, Elogio da raça (em dueto com Carmen Miranda), Pra quem sabe dar valor e Boas festas, esta última seu primeiro grande sucesso.
Passou cantando por várias emissoras de rádio do Rio de Janeiro, tais como: Mayrink Veiga, Rádio Clube, Philips, Sociedade, Cruzeiro, Cajuti, Tupi, Nacional e Mundial.
Em 1935 estréia como cantor romântico com a valsa-canção Cortina de Veludo, de Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago e obtém grande sucesso.
Em sua carreira além de na RCA Victor, gravou também na Columbia, Odeon e Continental. Foi o segundo cantor que mais gravou no Brasil, cerca de 570 músicas (só perdeu para Francisco Alves).
Além das músicas carnavalescas, Galhardo foi quem mais cantou temas de datas festivas, a exemplo: Boas festas, Boneca de Papai Noel e Lá no céu, Não mudou o Natal (temas natalinos), Bodas de Prata (em comemoração ao 25 anos de casamento), Mãezinha querida, Imagem de mãe, Dia das mães, Aniversário de mãezinha e Mamãezinha (dedicadas ao dia das mães), Papai do meu coração (dia dos pais), Tempo de criança (dia das crianças), Subindo, vai subindo, Olha lá um balão, Balão do amor (juninas), Valsa dos noivos, Para os noivos, Brinde aos noivos, Valsa dos padrinhos (para noivos), Valsa dos namorados (dia dos namorados), Quarto centenário (aniversário de São Paulo), Dentro da lua e 23 de abril (ambas para o dia de São Jorge) e Canção do trabalhador (1º de maio).
Participou dos seguintes filmes: Banana da terra, dirigido por J. Ruy (1938), Vamos cantar, de Leo Martins (1940), Entra na farra, de Luís de Barros (1941), Carnaval em lá maior, de Ademar Gonzaga (1955), Metido a bacana, de J. B. Tanko (1957).
Em 1945, grava juntamente com Dalva de Oliveira e Os Trovadores, a adaptação de João de Barro para a história infantil Branca de Neve e os sete anões, com músicas de Radamés Gnattali.
Em 1952 passa um ano apresentando-se em Portugal.
Em 1953 a Revista do Disco deu-lhe o slogan "Rei do disco". Também ficou conhecido como "O rei da valsa", título dado pelo apresentador Blota Junior e "O cantor que dispensa adjetivos".
Daí pra frente começou a apresentar-se por todo o Brasil, inclusive através da televisão.
Em 1983 fez a sua última apresentação no espetáculo Allah-lá-ô, de Ricardo Cravo Albin, dedicado ao compositor Nássara, realizado na Sala Funarte - Sidney Miller.
Carlos Galhardo faleceu com 72 anos e foi sepultado no cemitério de São João Batista, Rio de Janeiro, RJ.
Ao lado de Francisco Alves, Orlando Silva e Sílvio Caldas, formou o quadro dos grandes cantores da era do rádio.
Principais sucessos:
Allah-lá-ô, Haroldo Lobo e Nássara (1941)
A você, Ataulfo Alves e Aldo Cabral (1936)
Boas Festas, Assis Valente (1933)
Bodas de prata, Roberto Martins e Mário Rossi (1945)
Cadê Zazá?, Roberto Martins e Ary Monteiro (1947)
Cortina de veludo, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago (1935)
Devolve, Mário Lago (1940)
E o destino desfolhou, Gastão Lamounier e Mário Rossi (1937)
Fascinação, F. D. Marchetti e Armando Louzada (1950)
Italiana, José Maria de Abreu, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago (1936)
Lenda árabe, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago (1937)
Linda borboleta, João de Barro e Alberto Ribeiro (1938)
Madame Pompadour, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago (1937)
Maringá, Joubert de Carvalho (1957)
Mais uma valsa... mais uma saudade, José Maria de Abreu e Lamartine Babo, (1937)
Rapaziada do Brás, Alberto Marino (1960)
Salão grenat, Paulo Barbosa e Francisco Célio (1939)
Sei que é covardia, mas..., Ataulfo Alves e Claudionor Cruz (1938)
Será, Mário Lago (1945)
Velho realejo, Custódio Mesquita e Sady Cabral (1940)
Custódio Mesquita
Compositor, pianista, regente e ator seu nome verdadeiro era Custódio Mesquita de Pinheiro. Tio do produtor cultural carioca Albino Pinheiro. Nasceu no bairro das Laranjeiras de família de classe média alta, aprendeu as primeiras noções de música com a mãe. Seu pai, Raul Cândido de Pinheiro, tocava piano, e lhe ensinou os primeiros acordes. Estudou com o professor Luciano Gallet, que lhe ministrou aulas durante pouco tempo pois o menino só gostava de tocar de ouvido. Estudou depois com o professor Otaviano Gonçalves. Muito indisciplinado foi colocado pela mãe para ser escoteiro no Fluminense Futebol Clube, onde se tornou tocador de tambor. Ficou pouco tempo como escoteiro, mas dessa experiência passou a se interessar pela bateria a qual aprendeu a tocar tanto quanto o piano.
Estudou no Liceu Francês, no Flamengo chegando apenas até a terceira série do antigo curso ginasial. Iniciou a carreira artística por volta dos 18 anos atuando como baterista em conjuntos musicais que se apresentavam no cinema Central.
Entre 1935 e 1937, foi subsecretário a Sbat e em 1945, foi eleito conselheiro dessa entidade, a que estava filiado desde 1933. Não chegou, porém, a tomar posse do cargo porque morreria de crise hepática. Considerado pela imprensa e pelos fans um galã, sempre perfeitamente vestido e penteado, foi uma das principais figuras românticas da era de ouro da radiofonia e dos discos.
1931
Começou a atuar no rádio, inicialmente no "Esplêndido Programa" apresentado por Waldo Abreu na Rádio Mayrink Veiga. Passou em seguida a atuar na Rádio Philips, no Programa Casé. Por essa época começou também a atuar como pianista.
1932
Teve suas primeiras composições gravadas, os fox-canção Dormindo na rua e Tenho um segredo. Nesse ano, foi parceiro de Noel Rosa no samba Prazer em conhecê-lo, gravado por Mário Reis na Odeon.
1933
O mesmo cantor lançou o samba Os homens são uns anjinhos; João Petra de Barros gravou os sambas-canção Palacete de malandro e Conto da carochinha e, Carmen Miranda, o samba Por amor a esse branco. Nesse ano, fez com o radialista Paulo Roberto os fox-canção Canção ao microfone e Cantor do rádio gravados por João Petra de Barros na Odeon. Também no mesmo ano, teve seu primeiro grande sucesso gravado, a marcha Se a lua contasse, lançada na voz de Aurora Miranda na gravadora Odeon. Fez sucesso também com o samba Doutor em samba, com letra e melodia suas gravado por Mário Reis na Victor e que era, veladamente, uma homenagem ao cantor, formado em direito e da alta sociedade carioca.
1934
Voltou a ter composições gravadas por Aurora Miranda, os sambas Câmbio de amor, com Paulo Roberto e Moreno jogador; o samba-canção Moreno cor de bronze e as marchas Eu sou pobre... Pobre..., Juntei os meus trapinhos, Sobe balão e A lua fez feriado.
1935
Atuou em cinco filmes, todos com músicas suas, "Alô, alô Brasil", com direção de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, no qual aparecem as músicas Ladrãozinho, cantada por Aurora Miranda e Fique sabendo, com Elisa Coelho ; "Estudantes", de Adhemar Gonzaga, com a música Onde está o carneirinho, com Aurora Miranda; "Carioca maravilhosa", de Luiz de Barros, com a música Moreno cor de bronze, interpretada por Carmen Miranda; "Noites cariocas", do argentino Henrique Cadicamo, com as músicas Jardineiro do amor, cantada por Lourdinha Bittencourt, Conheço um lugar onde se sonha, Hospedaria internacional e Tabuleiro e, "Favela dos meus amores", de Humberto Mauro. Nesse ano, Aurora Miranda gravou as marchas Coração camarada, com J. Cortez e J. Milton, Cansei de sofrer e Noites cariocas; Silvinha Melo a canção Negra velha e, João Petra de Barros, o fox-trot O que o teu piano revelou, com Orestes Barbosa e a canção Tapera, com Alberto Ribeiro.
1936
Teve gravados os sambas Sambista da Cinelânia, com Mário Lago e Cuíca, pandeiro, tamborim..., por Carmen Miranda; a marcha É noite, com Mário Lago, por Aurora Miranda; o samba Exaltação da favela, com Dan Málio e a marcha Fruto proibido, com Orestes Barbosa, pelas Irmãs Pagãs, e a marcha Menina eu sei de uma coisa, com Mário Lago, por Mário Reis. A revista "O Sambista da Cinelândia", encenada no Teatro Fênix, marcou sua estréia como compositor para teatro.
1937
Fez com Joracy Camargo o choro Quem é?, sucesso na voz de Carmen Miranda e Barbosa Júnior que o gravaram em dueto na Odeon.
1938
Atuou ao lado de Dircinha Batista, e outros no filme "Bombonzinho", dirigido por Joraci Camargo. Nesse ano, teve a valsa Enquanto houver saudade, com Mário Lago, gravada por Orlando Silva na Victor no mesmo disco que tinha o grande sucesso Nada além, fox-canção também feito em parceria com Mário Lago.
1939
Sua marcha Faça de conta, com Mário Lago, foi gravada na Columbia por Emilinha Borba. Ainda neste ano atuou na peça "Carlota Joaquina", de Magalhães Junior, fazendo o papel de D. Pedro I, tendo saído em excursão pelo país com a companhia Jaime Costa, chegando a Belém do Pará onde foi por algum tempo diretor da Rádio Clube do Pará.
1940
Seu fox Céu e mar, com Geysa Bóscoli, a valsa-canção Larãozinho, com David Nasser, e a marcha No meu tempo de criança, foram gravadas por Francisco Alves na Columbia. Nesse ano, teve lançado por Sílvio Caldas um de seus maiores sucessos, o fox-canção Mulher, parceria com Sadi Cabral, com quem assinou também a valsa Velho realejo, lançada com sucesso no mesmo disco. Também nesse ano, Sílvio Caldas gravou com sucesso o samba Preto velho, parceria com Jorge Faraj
1941
Teve três valsas gravadas, O pião, com Sai Cabral e Caixinha de música, por Sílvio Caldas e Bonequinha, com Sadi Cabral por Carlos Galhardo.
1942
Carlos Galhardo gravou a marcha Espera Maria, com versos de René Bittencourt.
1943
Assumiu o cargo de diretor artístico da gravadora RCA Victor, que exerceu até sua morte. Esse ano, por sinal, foi um dos mais férteis de sua carreira. Teve onze composições gravadas, entre as quais, O samba da Beatriz, com Evaldo Rui, gravado por Sílvio Caldas; Olhos negros, fox-canção composto com Ari Monteiro e gravado por Nelson Gonçalves; Os produtos da minha terra, samba registrado por Isaura Garcia e Antigamente era assim, com Ari Monteiro e O homem da valsa, com David Nasser, valsas gravadas por Carlos Galhardo. Gravou nesse ano com sua orquestra cinco disco com obras de Ernesto Nazareth, os choros Brejeiro, Bambino, Escovado, Apanhei-te cavaquinho e Escorregando e as valsas Eponina, Gotas de ouro, Expansiva, Faceira e Coração que sente. Também com sua orquestra acompanhou gravações de Nelson Gonçalves, Carlos Galhardo, João Petra de Barros e Sílvio Caldas. Atuou ainda ao lado de Grande Otelo no filme "Moleque Tião", de José Carlos Burle, sendo bastante elogiado. Nesse filme foram incluídas suas músicas Promessa, Mãe Maria e Pretinho. Ainda em 1943, iniciou fecunda parceria com Evaldo Rui, com o qual compôs trinta músicas, entre as quais o bolero Pra que viver?, gravado por Carlos Roberto e os sambas Pretinho, gravado por Isaura Garcia e Promessa, por Sílvio Caldas.
1944
Fez com Evaldo Rui os sambas Como os rios que correm pro mar, dedicado aos olhos verdes da vedete Iracema Vitória e Noturno em tempo de samba, gravados por Sílvio Caldas; Eu fico e Não faças caso coração, por Isaura Garcia; Olha o jeito desse negro, na voz de Linda Batista; o fox Nossa comédia, gravado por Nélson Gonçalves, que fez bastante sucesso e a valsa Gato escondido, lançada por Carlos Galhardo. Uma das melhores composições desse ano foi o samba Algodão, parceria com David Nasser e gravado por Sílvio Caldas. Também nesse ano, teve registradas por Carlos Galhardo a valsa Gira...gira... gira... e o fox Rosa de maio, parcerias com Evaldo Rui.
1945
Teve sete música gravadas, todas nos dois primeiros meses daquele ano: os sambas Eu fico e Não faças caso coração, lançados por Isaura Garcia, o samba Feitiçaria e o fox Sim ou não, por Sílvio Caldas; o fox Voltarás e a Valsa de quem não tem amor, por Nélson Gonçalves, todas em parceria com Evaldo Rui e o samba-choro Flauta, cavaquinho e violão, com Orestes Barbosa, gravado por Aracy de Almeida. Sua última composição, que teve letra de Freire Júnior, chamava-se Despedida. Foi considerado um compositor de melodias elaboradas e que em muitas delas antecipou arranjos que somente seriam vistos durante a bossa nova como serão possivelmente os casos de Promessa e Noturno em tempo de samba. A sua principal composição, o samba-canção Saia do caminho, com Evaldo Rui, somente foi gravada mais de um ano depois de sua morte, por Aracy de Almeida na Odeon. No mesmo ano, o samba Viva o samba, também com Evaldo Rui e até então inédito, foi lançado por Linda Batista na Victor.
1949
O samba-canção Adeus, com Evaldo Rui foi gravado por Dircinha Batista e a valsa Beduína, com Davi Nasser, foi gravada por Francsico Alves.
1952
Carlos Galhardo regravou o fox Mulher, parceria com Sadi Cabral.
1954
Orlando Silva regravou o samba Feitiçaria, com Evaldo Rui.
1956
Cauby Peixoto regravou na Victor o fox-canção Nada além, Roberto Paiva na Odeon o samba Preto velho e Dalva de Oliveira na Odeon o samba-canção Saia do caminho, com Evaldo Rui.
1957
A marcha Se a lua contasse foi gravada de forma instrumental por Lindolfo Gaya e seu conjunto.
1958
Ângela Maria regravou o samba Promessa e o samba-canção Saia do caminho.
1961
Compositor, pianista, regente e ator seu nome verdadeiro era Custódio Mesquita de Pinheiro. Tio do produtor cultural carioca Albino Pinheiro. Nasceu no bairro das Laranjeiras de família de classe média alta, aprendeu as primeiras noções de música com a mãe. Seu pai, Raul Cândido de Pinheiro, tocava piano, e lhe ensinou os primeiros acordes. Estudou com o professor Luciano Gallet, que lhe ministrou aulas durante pouco tempo pois o menino só gostava de tocar de ouvido. Estudou depois com o professor Otaviano Gonçalves. Muito indisciplinado foi colocado pela mãe para ser escoteiro no Fluminense Futebol Clube, onde se tornou tocador de tambor. Ficou pouco tempo como escoteiro, mas dessa experiência passou a se interessar pela bateria a qual aprendeu a tocar tanto quanto o piano.
Estudou no Liceu Francês, no Flamengo chegando apenas até a terceira série do antigo curso ginasial. Iniciou a carreira artística por volta dos 18 anos atuando como baterista em conjuntos musicais que se apresentavam no cinema Central.
Entre 1935 e 1937, foi subsecretário a Sbat e em 1945, foi eleito conselheiro dessa entidade, a que estava filiado desde 1933. Não chegou, porém, a tomar posse do cargo porque morreria de crise hepática. Considerado pela imprensa e pelos fans um galã, sempre perfeitamente vestido e penteado, foi uma das principais figuras românticas da era de ouro da radiofonia e dos discos.
1931
Começou a atuar no rádio, inicialmente no "Esplêndido Programa" apresentado por Waldo Abreu na Rádio Mayrink Veiga. Passou em seguida a atuar na Rádio Philips, no Programa Casé. Por essa época começou também a atuar como pianista.
1932
Teve suas primeiras composições gravadas, os fox-canção Dormindo na rua e Tenho um segredo. Nesse ano, foi parceiro de Noel Rosa no samba Prazer em conhecê-lo, gravado por Mário Reis na Odeon.
1933
O mesmo cantor lançou o samba Os homens são uns anjinhos; João Petra de Barros gravou os sambas-canção Palacete de malandro e Conto da carochinha e, Carmen Miranda, o samba Por amor a esse branco. Nesse ano, fez com o radialista Paulo Roberto os fox-canção Canção ao microfone e Cantor do rádio gravados por João Petra de Barros na Odeon. Também no mesmo ano, teve seu primeiro grande sucesso gravado, a marcha Se a lua contasse, lançada na voz de Aurora Miranda na gravadora Odeon. Fez sucesso também com o samba Doutor em samba, com letra e melodia suas gravado por Mário Reis na Victor e que era, veladamente, uma homenagem ao cantor, formado em direito e da alta sociedade carioca.
1934
Voltou a ter composições gravadas por Aurora Miranda, os sambas Câmbio de amor, com Paulo Roberto e Moreno jogador; o samba-canção Moreno cor de bronze e as marchas Eu sou pobre... Pobre..., Juntei os meus trapinhos, Sobe balão e A lua fez feriado.
1935
Atuou em cinco filmes, todos com músicas suas, "Alô, alô Brasil", com direção de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, no qual aparecem as músicas Ladrãozinho, cantada por Aurora Miranda e Fique sabendo, com Elisa Coelho ; "Estudantes", de Adhemar Gonzaga, com a música Onde está o carneirinho, com Aurora Miranda; "Carioca maravilhosa", de Luiz de Barros, com a música Moreno cor de bronze, interpretada por Carmen Miranda; "Noites cariocas", do argentino Henrique Cadicamo, com as músicas Jardineiro do amor, cantada por Lourdinha Bittencourt, Conheço um lugar onde se sonha, Hospedaria internacional e Tabuleiro e, "Favela dos meus amores", de Humberto Mauro. Nesse ano, Aurora Miranda gravou as marchas Coração camarada, com J. Cortez e J. Milton, Cansei de sofrer e Noites cariocas; Silvinha Melo a canção Negra velha e, João Petra de Barros, o fox-trot O que o teu piano revelou, com Orestes Barbosa e a canção Tapera, com Alberto Ribeiro.
1936
Teve gravados os sambas Sambista da Cinelânia, com Mário Lago e Cuíca, pandeiro, tamborim..., por Carmen Miranda; a marcha É noite, com Mário Lago, por Aurora Miranda; o samba Exaltação da favela, com Dan Málio e a marcha Fruto proibido, com Orestes Barbosa, pelas Irmãs Pagãs, e a marcha Menina eu sei de uma coisa, com Mário Lago, por Mário Reis. A revista "O Sambista da Cinelândia", encenada no Teatro Fênix, marcou sua estréia como compositor para teatro.
1937
Fez com Joracy Camargo o choro Quem é?, sucesso na voz de Carmen Miranda e Barbosa Júnior que o gravaram em dueto na Odeon.
1938
Atuou ao lado de Dircinha Batista, e outros no filme "Bombonzinho", dirigido por Joraci Camargo. Nesse ano, teve a valsa Enquanto houver saudade, com Mário Lago, gravada por Orlando Silva na Victor no mesmo disco que tinha o grande sucesso Nada além, fox-canção também feito em parceria com Mário Lago.
1939
Sua marcha Faça de conta, com Mário Lago, foi gravada na Columbia por Emilinha Borba. Ainda neste ano atuou na peça "Carlota Joaquina", de Magalhães Junior, fazendo o papel de D. Pedro I, tendo saído em excursão pelo país com a companhia Jaime Costa, chegando a Belém do Pará onde foi por algum tempo diretor da Rádio Clube do Pará.
1940
Seu fox Céu e mar, com Geysa Bóscoli, a valsa-canção Larãozinho, com David Nasser, e a marcha No meu tempo de criança, foram gravadas por Francisco Alves na Columbia. Nesse ano, teve lançado por Sílvio Caldas um de seus maiores sucessos, o fox-canção Mulher, parceria com Sadi Cabral, com quem assinou também a valsa Velho realejo, lançada com sucesso no mesmo disco. Também nesse ano, Sílvio Caldas gravou com sucesso o samba Preto velho, parceria com Jorge Faraj
1941
Teve três valsas gravadas, O pião, com Sai Cabral e Caixinha de música, por Sílvio Caldas e Bonequinha, com Sadi Cabral por Carlos Galhardo.
1942
Carlos Galhardo gravou a marcha Espera Maria, com versos de René Bittencourt.
1943
Assumiu o cargo de diretor artístico da gravadora RCA Victor, que exerceu até sua morte. Esse ano, por sinal, foi um dos mais férteis de sua carreira. Teve onze composições gravadas, entre as quais, O samba da Beatriz, com Evaldo Rui, gravado por Sílvio Caldas; Olhos negros, fox-canção composto com Ari Monteiro e gravado por Nelson Gonçalves; Os produtos da minha terra, samba registrado por Isaura Garcia e Antigamente era assim, com Ari Monteiro e O homem da valsa, com David Nasser, valsas gravadas por Carlos Galhardo. Gravou nesse ano com sua orquestra cinco disco com obras de Ernesto Nazareth, os choros Brejeiro, Bambino, Escovado, Apanhei-te cavaquinho e Escorregando e as valsas Eponina, Gotas de ouro, Expansiva, Faceira e Coração que sente. Também com sua orquestra acompanhou gravações de Nelson Gonçalves, Carlos Galhardo, João Petra de Barros e Sílvio Caldas. Atuou ainda ao lado de Grande Otelo no filme "Moleque Tião", de José Carlos Burle, sendo bastante elogiado. Nesse filme foram incluídas suas músicas Promessa, Mãe Maria e Pretinho. Ainda em 1943, iniciou fecunda parceria com Evaldo Rui, com o qual compôs trinta músicas, entre as quais o bolero Pra que viver?, gravado por Carlos Roberto e os sambas Pretinho, gravado por Isaura Garcia e Promessa, por Sílvio Caldas.
1944
Fez com Evaldo Rui os sambas Como os rios que correm pro mar, dedicado aos olhos verdes da vedete Iracema Vitória e Noturno em tempo de samba, gravados por Sílvio Caldas; Eu fico e Não faças caso coração, por Isaura Garcia; Olha o jeito desse negro, na voz de Linda Batista; o fox Nossa comédia, gravado por Nélson Gonçalves, que fez bastante sucesso e a valsa Gato escondido, lançada por Carlos Galhardo. Uma das melhores composições desse ano foi o samba Algodão, parceria com David Nasser e gravado por Sílvio Caldas. Também nesse ano, teve registradas por Carlos Galhardo a valsa Gira...gira... gira... e o fox Rosa de maio, parcerias com Evaldo Rui.
1945
Teve sete música gravadas, todas nos dois primeiros meses daquele ano: os sambas Eu fico e Não faças caso coração, lançados por Isaura Garcia, o samba Feitiçaria e o fox Sim ou não, por Sílvio Caldas; o fox Voltarás e a Valsa de quem não tem amor, por Nélson Gonçalves, todas em parceria com Evaldo Rui e o samba-choro Flauta, cavaquinho e violão, com Orestes Barbosa, gravado por Aracy de Almeida. Sua última composição, que teve letra de Freire Júnior, chamava-se Despedida. Foi considerado um compositor de melodias elaboradas e que em muitas delas antecipou arranjos que somente seriam vistos durante a bossa nova como serão possivelmente os casos de Promessa e Noturno em tempo de samba. A sua principal composição, o samba-canção Saia do caminho, com Evaldo Rui, somente foi gravada mais de um ano depois de sua morte, por Aracy de Almeida na Odeon. No mesmo ano, o samba Viva o samba, também com Evaldo Rui e até então inédito, foi lançado por Linda Batista na Victor.
1949
O samba-canção Adeus, com Evaldo Rui foi gravado por Dircinha Batista e a valsa Beduína, com Davi Nasser, foi gravada por Francsico Alves.
1952
Carlos Galhardo regravou o fox Mulher, parceria com Sadi Cabral.
1954
Orlando Silva regravou o samba Feitiçaria, com Evaldo Rui.
1956
Cauby Peixoto regravou na Victor o fox-canção Nada além, Roberto Paiva na Odeon o samba Preto velho e Dalva de Oliveira na Odeon o samba-canção Saia do caminho, com Evaldo Rui.
1957
A marcha Se a lua contasse foi gravada de forma instrumental por Lindolfo Gaya e seu conjunto.
1958
Ângela Maria regravou o samba Promessa e o samba-canção Saia do caminho.
1961
Dalva de Oliveira regravou o samba Não faças coração, com Evaldo Rui.
1963
Lindolfo Gaya regravou com sua orquestra a valsa Velho realejo, que foi regravada dois anos depois por Jair Rodrigues na Philips.
1968
O choro Quem é?, com Joracy Camargo foi regravado na Philips pela musa da bossa nova Nara Leão.
1974
Gal Costa regravou Saia do caminho, em disco Philips. A mesma música seria regravada três anos depois por Nana Caymmi na CID e por Miúcha e Tom Jobim na RCA Victor. No mesmo ano, Maria Bethânia regravou o samba Promessa na Philips.
1983
Cauby Peixoto regravou o fox-canção Mulher.
1986
O pesquisador Bruno Ferreira Gomes lançou pela Funarte o livro "Custódio Mesquita - Prazer em conhecê-lo".
2000
Teve as músicas Se a lua contasse, na voz e Aurora Miranda e Saia do caminho, na voz de Aracy de Almeida relançadas pela EMI/Odeon na série "Ídolos do Rádio - volume 1".
2002
O professor Orlando de Barros da Universidade do Estado do Rio de Janeiro lançou nova biografia do compositor, "Custódio Mesquita - Um compositor romântico no tempo de Vargas".
Nenhum comentário:
Postar um comentário